Sete foram presos em Bebedouro, Barretos, Severínia, Campinas e na capital.
Esquema envolvia pagamento de propina a servidores e deputados paulistas.
Do G1 Ribeirão e Franca
A Polícia Civil
e o Ministério Público Estadual realizam na manhã desta terça-feira (29) a
segunda fase da Operação Alba Branca, que investiga a suspeita de
fraude em licitações da merenda escolar em 22 cidades paulistas nos últimos
dois anos.
Em nota, a
Delegacia Seccional de Bebedouro (SP), sede da operação, informou que sete
mandados de prisão e dez de busca e apreensão foram cumpridos desde as 6h em
Bebedouro, Barretos (SP), Severínia (SP), Campinas (SP) e na capital paulista.
O promotor
Leonardo Romanelli confirmou ao G1 que entre os presos estão o
ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) Leonel Julio
(1975-1976) e o atual presidente da
União dos Vereadores do Estado (Uvesp), Sebastião Misiara, ambos
presos em São Paulo.
O G1 tentou
contato com Misiara, mas ninguém atendeu na Uvesp. Tentou ainda contato com
advogado que já representou Misiara em outros processos, mas não conseguiu
encontrá-lo. O G1não conseguiu localizar ainda o atual advogado de
Leonel Julio.
“O ponto
central desse trabalho de investigação vem sendo focado nos integrantes e
também em colaboradores da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), que,
conforme as investigações já evidenciaram, vinham fraudando tais procedimentos
que visavam à venda e compra de itens que integram a merenda escolar”, diz a
nota enviada pela polícia.
Veja lista dos
presos na Operação Alba Branca nesta terça-feira:
- Sebastião
Miziara, presidente da Uvesp
- Leonel Julio, ex-presidente da Alesp
- Emerson Girardi
- Aluísio Girardi Cardoso
- Joaquim Geraldo Pereira da Silva
- Carlos Eduardo da Silva, ex-diretor da Coaf
- Luis Carlos da Silva Santos
- Leonel Julio, ex-presidente da Alesp
- Emerson Girardi
- Aluísio Girardi Cardoso
- Joaquim Geraldo Pereira da Silva
- Carlos Eduardo da Silva, ex-diretor da Coaf
- Luis Carlos da Silva Santos
O G1 procura
os advogados dos outros detidos.
Por telefone, o
atual presidente da Coaf, Nilson Fernandes, negou qualquer envolvimento da atual
gestão, empossada em fevereiro, na fraude investigada. Segundo Fernandes, dos
29 funcionários que atuam na Cooperativa hoje, apenas quatro são da gestão
anterior. "Estamos acreditando que a Justiça será feita", disse.
Segunda fase
Segundo o promotor, os pedidos de prisão temporária foram decididos pela polícia e pelo MP após análise dos documentos apreendidos na primeira fase da operação Alba Branca, em 19 de janeiro, quando 24 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em prefeituras paulistas.
Segundo o promotor, os pedidos de prisão temporária foram decididos pela polícia e pelo MP após análise dos documentos apreendidos na primeira fase da operação Alba Branca, em 19 de janeiro, quando 24 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em prefeituras paulistas.
"É o aprofundamento
da investigação anterior. Agora foram presas algumas pessoas que integravam o
núcleo dos lobistas e também um próprio diretor da Coaf, o Carlos Eduardo da
Silva, que é um caso peculiar, porque é funcionário público e justamente da
Secretaria [Estadual] da Agricultura", disse Romanelli.
Entre os presos
nesta terça-feira está o ex-deputado Leonel Julio, que presidiu a Alesp durante
o regime militar, entre março de 1975 e dezembro de 1976.
Ele teve o
mandato cassado e os direitos políticos suspensos por dez anos, com base no Ato
Institucional n.º 5.
Um de seus
filhos, Marcel Ferreira Julio, é considerado foragido desde a primeira fase da
operação Alba Branca. Marcel é apontado pelo MP como um dos operadores do
esquema de fraude nas licitações da merenda.
Fraude no
Estado
Ainda durante a primeira fase da operação, polícia e MP identificaram que nem todos os alimentos vendidos pela Coaf às prefeituras eram produzidos por pequenos agricultores, ao contrário do propósito da Cooperativa.
Ainda durante a primeira fase da operação, polícia e MP identificaram que nem todos os alimentos vendidos pela Coaf às prefeituras eram produzidos por pequenos agricultores, ao contrário do propósito da Cooperativa.
Segundo o
promotor, a Coaf comprava de grandes mercados e repassava aos municípios. Para
isso, contava com a colaboração de Carlos Eduardo da Silva, preso nesta
terça-feira, que é servidor da Secretaria da Agricultura de São Paulo.
"Ele é o
sujeito que regularizava a documentação, a DAP [Declaração de Aptidão ao
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar] dos pequenos
agricultores, para que a Coaf pudesse participar dos certames públicos, das
chamadas públicas", afirmou Romanelli.
O G1 procurou
a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, mas ainda não obteve
retorno sobre as declarações da Promotoria.
Mais detalhes
sobre a investigação serão informados pelo MP e pela Polícia Civil em coletiva
de imprensa ao meio-dia desta terça-feira.
O caso
O esquema começou a ser investigado no segundo semestre do ano passado. Em 19 de janeiro, seis suspeitos foram presos: o presidente da Coaf, Carlos Alberto Santana da Silva, o ex-presidente Cássio Chebabi, o diretor Carlos Luciano Lopes e os funcionários Adriano Gilberto Mauro, Caio Pereira Chaves e César Bertholino. Após acordo de delação, todos foram soltos.
O esquema começou a ser investigado no segundo semestre do ano passado. Em 19 de janeiro, seis suspeitos foram presos: o presidente da Coaf, Carlos Alberto Santana da Silva, o ex-presidente Cássio Chebabi, o diretor Carlos Luciano Lopes e os funcionários Adriano Gilberto Mauro, Caio Pereira Chaves e César Bertholino. Após acordo de delação, todos foram soltos.
Segundo a
polícia e o MP, os suspeitos relataram um esquema
envolvendo pagamento de propina a funcionários públicos e
deputados estaduais para que licitações destinadas à compra de merenda escolar
fossem fraudadas em benefício da Coaf, com sede em Bebedouro.
Entre os
investigados estão o presidente da
Assembleia Legislativa, deputado estadual Fernando Capez (PSDB) e
o ex-chefe de
gabinete da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin, Luiz Roberto
dos Santos, conhecido como Moita. Ambos negam as acusações, bem como qualquer
vínculo com a Coaf.
Ainda de acordo
com os interrogados, as propinas variavam entre 10% e 30% do total do contrato
que seria firmado entre a Coaf e a prefeitura, e esse valor era acrescido no
preço final, o que ocasionava um superfaturamento dos produtos negociados.
O delegado
seccional de Bebedouro, José Eduardo Vasconcelos, explicou que a investigação
do caso teve início após um ex-funcionário da Coaf procurar o 1º Distrito
Policial da cidade para denunciar o suposto esquema.
Postar um comentário
Blog do Paixão